A guerra sino-japonesa divide-se em
dois grandes períodos: o primeiro deles, denominado de período crítico, teve
seu início em julho de 1937[8] quando os nipônicos lançam sua
ofensiva-relâmpago sobre as províncias do Norte e Leste (Hopei, Shantung, Shanxi, Chamar e Suyan)
com o objetivo de separá-las da China,
seguindo os ditames do "Memorial
Tanaka". Numa audaciosa operação de desembarque, ocuparam mais
ao sul Cantão, uns anos depois Hong Kong (que era colônia inglesa) e
partes de Macau, nomeadamente Lapa, Dom João e
Montanha. Os invasores tiveram seu caminho facilitado por
encontrarem pela frente uma China politicamente desorganizada, onde a rivalidade
militar entre nacionalistas e comunistas havia sido suspensa a contra gosto,
vendo-se ainda subdividida em várias "autoridades locais", que se
mostraram relutantes em oferecer-lhes uma resistência efetiva e coerente.
Logo após o abandono da Liga das Nações (que
já se ressentia da ausência dos Estados Unidos e URSS)
pelo Japão, foi a vez da Alemanharetirar-se. Anunciando a saída da
representação germânica, Hitler declarou que o não desarmamento
das outras nações obrigava a Alemanha àquela forma de protesto. Embora na
realidade ele simplesmente desejasse furtar-se às peias que a Liga das Nações
poderia opor à sua política militarista, o Führer teve o cuidado de reiterar os
propósitos pacifistas de seu governo. Aliás, nos anos seguintes, Hitler
proclamaria suas intenções conciliatórias em várias oportunidades, como meio de
acobertar objetivos expansionistas.
O nazismo fortalecia-se rapidamente na
Alemanha. Hitler precisava do apoio de Reichswehr para realizar o rearmamento
alemão, mas a maioria dos generais mantivera-se até então numa atitude de
expectativa em relação ao novo governo. A pretensão da SA, manifestada por seus chefes em múltiplas
ocasiões, de se transformarem em exército nacional, horrorizava os militares
profissionais, educados na Escola von Seeckt. Parecia-lhes um absurdo
entregar aquela pequena, mas eficientíssima máquina, que era Reichswehr, nas
mãos dos turbulentos "camisas pardas", acostumados apenas a combates
de rua. Hitler inclinava-se a dar razão aos generais, o que vinha contra os
interesses dos membros da SA mais radicais. Em alguns círculos da milícia
nazista, já se falava na necessidade de uma segunda revolução que restituísse
ao Partido o ímpeto inicial.
O capitão Ernst Röhm, grande influenciador das tropas de
choque nazistas, a SA, passou então a
não só se mostrar mais radical ao Führer, mas ainda a incentivar a deposição de Adolf Hitlere fazer então um novo Putsch. Heinrich Himmler, chefe da SS, que na época era apenas uma subdivisão da
SA, entregou a Hitler provas dos planos elaborados por Röhm - uma tentativa de
assassinato a todos os grandes nomes do partido nazista, que, segundo os
próprios planos, seria conhecido como Noite das facas
longas.
Por ordem expressa do Führer, foram
realizadas execuções sumárias, realizadas pela SS e pela SD, na noite de 29 para 30 de Junho de 1934.
Por ironia, Adolf Hitler deu às
execuções o próprio nome idealizado por
Röhm, Noite das Facas Longas. Quase todos os líderes da SA, a começar por seu
chefe, o capitão Ernst Röhm, foram passados pelas armas, juntamente com alguns
políticos oposicionistas e o General von Schleicher (Kurt,
1882-1934), que era o maior opositor a Hitler no seio da Reichswehr. Tal
decisão provocou a morte de algumas centenas de pessoas, muitas das quais eram
fiéis do Partido, desde longa data.
Com essas execuções, o Führer atingiu
um duplo objetivo: extinguiu os gérmenes da rebelião entre os SA, desde então
reduzidos a um papel meramente decorativo, e deu aos generais uma sangrenta
garantia de que pretendia conservá-los na direção da Reichswehr. O expurgo fora
levado a cabo pela SS, tropas de elite do Partido, ligadas a Hitler por um
juramento especial. Esse corpo de homens selecionados, formando uma verdadeira
guarda do regime, iniciou naquele dia a ascensão que iria levá-lo, sob a chefia
de Heinrich Himmler, ao controle total da vida alemã, em nome de Hitler. Em 1945,
quase um milhão de homens tinha envergado o uniforme negro com a insígnia da
caveira, partindo de um núcleo que em 1929 contava
com apenas 280 elementos.
A Noite das Facas Longas fez a
Reichswehr cerrar fileiras em torno de Hitler, que, reforçado por tal
sustentáculo, pode então se dedicar a seus planos longamente acalentados.
A primeira tentativa expansionista do III Reich fracassou. Desde sua ascensão
ao poder, Hitler vinha incentivando o desenvolvimento de um partido nazista
austríaco, como base para uma posterior anexação da Áustria à Alemanha. Nessa época, os
austríacos estavam sob o governo ditatorial do chanceler católico Engelbert Dollfuss,
inquebrantável defensor da independência de seu país. Em 27 de julho de 1934, Dollfuss foi
assassinado em Viena, por um grupo de nazistas sublevados. Mussolini, temendo que os alemães ocupassem a
Áustria, enviou tropas para a fronteira, enquanto a Europa era sacudida por um frêmito de indignação
contra a Alemanha. Hitler, porém, recuou, negando qualquer conivência com os
conspiradores austríacos. Dollfuss foi sucedido por von Schuschnigg (Kurt Edler, n. 1897),
que continuou a política conservadora e nacionalista de seu antecessor.
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