Em setembro de 1940,
após a tomada da França pelas forças
alemãs, as tropas italianas destacadas na Líbia sob o comando do marechal Graziani, uma vez livres da ameaça das forças
francesas estacionadas na Tunísia, iniciaram uma série de ofensivas
contra o Egito, então colônia da Grã-Bretanha. Esta ofensiva tinha em vista
dominar o canal de Suez e
depois atingir as reservas petrolíferas do Iraque, também sob domínio britânico.
Os efetivos ingleses destacados no norte da África e que compunham o então
designado XIII Corpo de Exército, comandado pelo General Wavell, após alguns reveses iniciais
realizaram uma espetacular contra-ofensiva contra as forças italianas que,
apesar de sua superioridade numérica foram empurradas por 1200 km de volta
à Líbia, perdendo todos os territórios anteriormente conquistados. Esta derrota
custou aos italianos a destruição de 10 divisões, a perda de 130.000 homens
feitos prisioneiros, além de 390 tanques e 845 canhões.
Como a situação que surgia na África era crítica para as forças do Eixo, Adolf Hitler e o Oberkommando der
Wehrmacht (OKW) decidiram enviar tropas alemãs a fim
de não permitir a completa desagregação das forças italianas. Cria-se dessa
forma em Janeiro de 1941 o Afrika Korps (Corpo Expedicionário Alemão
na África), cujo comando foi passado ao então Leutenantgeneral
(Tenente-General) Erwin Rommel, que
posteriormente se tornaria uma figura legendária sob a alcunha de "A
Raposa do Deserto". Foram enviadas a África duas divisões alemãs em
auxílio aos Italianos, a 5a. Divisão Ligeira e a 15a. Divisão Panzer.
Os alemães, sob o hábil comando de
Rommel, conseguiram reverter a iminente derrota italiana e empreenderam uma
ofensiva esmagadora contra as forças britânicas enfraquecidas (muitos efetivos
britânicos haviam sido desviados para a campanha da Grécia, então sob pressão do Eixo)
empurrando-as de volta à fronteira egípcia. Após uma sucessão de batalhas
memoráveis como El Agheila, El Mechili,
Sollum, Gazala, Tobruk e Marsa
Matruh os alemães e italianos são detidos por falta de
combustível e provisões na linha fortificada de El Alamein, uma vez que oMediterrâneo encontrava-se sob domínio da
marinha britânica. Finalmente, a Outubro de 1942,
após 4 meses de preparação os Britânicos contra-atacaram na Segunda
Batalha de El Alamein, sob o comando do General Bernard Montgomery.
Rechaçadas pelas bem supridas forças
britânicas, as tropas ítalo-alemãs iniciaram um grande recuo de volta à Líbia de forma a encurtar suas linhas de
suprimento e ocupar posições defensivas mais favoráveis. Entretanto, dias
depois, a 8 de novembro, as
forças do Eixo recebem a notícia de que estão sendo cercadas pelo oeste por
forças norte-americanas do 1o. Exército Aliado que haviam desembarcado em Marrocos através da Operação Tocha.
Pelo leste, o 8o. Exército Britânico continua o seu avanço, empurrando as
forças ítalo-alemãs para a Tunísia. Finalmente, cercado pelos exércitos
americano e britânico e sem a guia de seu audacioso comandante, pois Rommel
havia sido hospitalizado na Alemanha, o "Afrika Korps" e o restante
do contingente italiano na África do Norte, totalizando mais de 250 mil homens
e reduzidos à inatividade pela falta de suprimentos e de apoio aéreo, se rendem
aos aliados na Tunísia em maio de1943,
dando fim à guerra na África.
O calcanhar
de Aquiles de Rommel
na África do Norte era o reabastecimento. O transporte
das tropas e suprimentos italianos e alemães era feito por mar, e os homens da
marinha mercante partiam para a África para proverem as tropas de alimentos, roupas, água, armas, munições e combustível, devendo
então empreender uma jornada de quinhentos quilômetros da Sicília, no sul da Itália, até a Tripolitânia, no norte
da África. Mas, para que a guerra do deserto fosse vencida pelo Eixo, o domínio
marítimo do Mediterrâneo era um fator prepoderante, e seu principal adversário
neste aspecto era a Marinha Real da Grã-Bretanha.
Em 22 de julho de 1941,o cargueiro alemão Preussen parte da Itália rumo à África do Norte. No caminho, é
posto a pique por um esquadrão de bombardeiros Bristol Blenheim da RAF. Com ele afundam 200 dos 650
soldados e tripulação a bordo. Além de perdas humanas, vão para o fundo do mar
mil toneladas de alimentos, seis mil toneladas de munições, mil toneladas de
gasolina e 320 tanques e caminhões de transporte que seriam usados pelas tropas
do Eixo. Muitos outros navios como o Arta, o Aegina, o Iserlohn, o Samos, o
Larissa, o Birmânia, o Arcturus, o Citá di Bari, dentre outros, tiveram o mesmo
destino do Preussen, pois o Mediterâneo tornou-se um cemitério de homens e
máquinas que tentavam chegar à África.
Na convergência de todos esses desastres estava a ilha de Malta, principal ponto de apoio das forças
aéreas e navais britânicas no Mediterâneo. Malta foi tomada do domínio francês
pelos britânicos em 1800 e
desde então era parte da Coroa Britânica, sendo
uma base naval da Marinha Real. Percebendo a importância estratégica da ilha,
os britânicos tornaram-na cada vez mais fortificada, transformando sua retomada
pelos italianos em uma tarefa a cada dia mais improvável. Apesar dos bombadeios
alemães e italianos, Malta resistia, e, com as pesadas perdas sofridas pelos
alemães na tomada da ilha de Creta, Hitler decidiu não mais arriscar suas
tropas para tomar Malta. Essa decisão acabou acarretando o afundamento de até
77% dos navios do Eixo que cruzaram o Mediterrâneo. Com as tropas mal supridas,
a derrota dos italianos e do Afrika Korps foi inevitável.
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